domingo, 29 de junho de 2008

Com os pés no chão

Acho que a menina de meus olhos, desbotadas a tempo, dançaram contentes.
Era só um sorriso apaixonado que renasceu de uma canção com uma proposta:
'Dance with me?'

' 5'42, o sol está se pondo...
Acho que ele está esperando a dança terminar, vai se enfileirando, se emoldurando entre as janelas. As minhas queridas vidraças antigas que cortam as paredes de cima a baixo.
Não há muitos móveis, apenas um sofá antigo, um ou outro livro no chão, não sei... Não me lembro. Acho que não era importante.
Ainda escuto aquelas notas tocarem em mim, embalando a minha dança... "Let's dance little stranger"... Olhares convidativos... Passos saudosos (ainda sinto meus pés tropeçarem nos seus, e o chão frio).
Você cantava o refrão tão pleno e calmo, quase como um sussurro:
"Won't you dance with me? In my world of fantasy. Won't you dance with me?"
Me guiou em uma dança pessoal, que nunca mais voltaria a repetir.
Você deixou cair seu cachecol e não pôde evitar um leve olhar de quem acabara de cometer um deslize.
Acho que a musica está acabando....
"Take a chance with me. In my world of fantasy. Won't you dance with me?"...
A única coisa que ficou foram minhas vidraças intactas, uma nuvem rosada, e um refrão em mente. (5´45 a dança acabou, o sol se foi)'

sábado, 28 de junho de 2008

Entre os dedos.

Quantas pessoas especiais mudam?

sábado, 21 de junho de 2008

Sei bem de minhas saudades.

Me conte sua trajetória, e quantos altos e baixos você teve de passar.
Me fale das noites estreladas e sem luar.
Sente, tome um chá, que a noite vai durar.
Você voltou, e foi sem avisar.E hoje está aqui pra me contar.
Te pedi pra ligar quando pudesse entender o sentido pra ir.Ou caso precisar.
Pra começar, você me contou que o tempo é a coisa mais valiosa que se tem, e não se tem de novo.Pra quem perdeu uma chance, perdeu uma vida.
Sem entender, te olhei com grande interesse, e você cruzou os braços de modo misterioso.Você me trouxe prantos nas mãos, como quem não queria partir.E me jurou, que viveu por dias de marasmo.
Eu lhe pergunto: -E qual sua verdadeira posição sobre o que viveu?
Você abaixa os olhos, serio e responde: -Depende de quantos sentimentos está a me dizer. O sol aqui, não reflete no céu de lá.
Eu te olho e agora você suspira como quem se afunda em lembranças, mas só tem me dizer enigmas que um dia virei por entender:-O mar, me fez lembrar de todos os pássaros, de todas as praças, e tudo o que já vi. Ele espelhou o céu, como quem espelha o passado, mas muda com as horas. Me mostrou verdades que não são vistas ao horizonte, olhe de cima e verá o quanto se tem de mudar, o quanto o tempo vai passar e que tem muito a errar.Você enterrou asas, preferiu corta-las, para inutilizá-las a quem se arriscasse voar; A terra de lá não tem gravidade.
Você curou sua doença, e hoje me conta com o olhar pesado de quem está sombrio.
Se embriagou de tantas outras loucuras, que hoje busca a paz, no colo de quem nunca partiu, esperando sua chance de viver ao lado de quem nunca esteve por perto.